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teatro
Trigo Limpo
em cena
digressão
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Frida Kahlo, a filha da grande manhã
No princípio, tudo é branco que, passo-a-passo-de-uma-vida, ganha as cores de uma MULHER lutadora e talentosa.
Frida Kahlo não é uma moda e, muito menos, um talismã oco de sentido. Frida Kahlo é muito mais do que um ícone da pintura mexicana ou uma mulher de flores na cabeça com bordados coloridos e sobrancelhas aparentes.
“Frida Kahlo, a filha da grande manhã” percorre um percurso de vida que sublinha a importância de uma emancipação sem estereótipos e preconceitos. É uma narrativa teatral que adapta os escritos de Frida Kahlo, fazendo deles objetos de diálogo com homens e mulheres determinantes no percurso de uma artista que nunca pretendeu ser endeusada. Apenas assumir as duas Fridas que congregou para sobreviver a tudo o que lhe surgiu pela frente. As duas Fridas Kahlo que estão muito para além da paixão por Diego Rivera.
A música de cena interpretada ao vivo habitará as telas de memórias dum imaginário profundamente mexicano.
“Quero pintar tudo o que arrecadei no colo da minha memória. Serão quadros cheios de vida. Quadros das cores e das forças do México, nos quais contarei histórias como nos retábulos. Mas, principalmente, quero mostrar minha vida e tudo o que a compõe: os meus medos, as minhas dores que sempre me acompanham, os meus amigos. Pintarei a minha realidade.”
In, “Frida e as Cores da Vida”
– Caroline Bernard
O Trigo Limpo teatro ACERT prossegue um trabalho de adaptações teatrais livres sobre obras ou pesquisas literárias que têm originado, anualmente e por ordem cronológica, a edição de 11 “Cadernos de Teatro”. Com este espetáculo um novo texto vai emergir de uma opção artística que também contribui para o aparecimento de novos textos teatrais nacionais.
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Ficha técnica e artística
Texto: José Rui Martins e Nuno Cash
Dramaturgia e adaptação livre a partir de “Frida e as Cores da Vida”, de Caroline Bernard
Encenação: José Rui Martins
Interpretação: Ariana Neves, Mariana Rebelo, Pedro Sousa, Rui Damasceno e Sandra Santos
Assistência de encenação: Patrícia Santos
Cenografia: José Rui Martins e Zétavares
Assistência de cenografia e Direção de montagem: José Abrantes
Figurinos: Cláudia Ribeiro
Assistência de figurinos e aderecista: Rita Leitão Costureiras: Adelaide Castro, Cristina Ferreira, Isabel Costa e Marlene de Faria
Costureira de cena: Isabel Costa
Coordenação musical: Ariana Neves
Desenho de luz e som: Luís Viegas, Paulo Neto e Ricardo Leão
Desenho gráfico: Zétavares
Fotografia: Carlos Teles, Daniel Nunes e Ricardo Chaves
Comunicação: Daniel Nunes e Liliana Rodrigues
Serralharia: Araufer
Alumínios: Ferral
Carpintaria: Baú do Artesão
Produção: Marta Costa e Patrícia Santos
Estagiárias do curso de interprete ator/atriz (IEFP): Carla Viegas, Lígia Alves, Margarida Nogueira, Mélanie Loureiro e Sílvia Mendes
Apoio à produção: Ferral e Lameirinho
Agradecimentos: Associação de Cultura e Recreio Ermidense, Audioglobo, Filipe Lopes, Filipe Simões, Miguel Faria, Musifesta, Narciso Tavares, Nuno Rodrigues, Paulo Almeida, Secciportas e Vítor Abrantes
Fotografias de Cena
Fotografias de Carlos Teles
Fotografias de Promoção
Fotografias de Carlos Teles
Criação - Fotografias de Ensaios
Fotografias de Daniel Nunes
Fridas Somos Nós
O que aconteceu? Chegados ao processo do rigor da personagem, tornou-se absolutamente impossível recuar no protagonismo de Frida. Não que a história do zepelim de Geni ou a vida de Chavela fossem menores, mas porque em cada fragilidade que Frida Kahlo demonstrava na humanidade dos seus desacertos, aceitando a vida como ela é — absurda e abruta — ficava o deslumbramento e o tal interior de força inimaginável. Foi assim até ao fim do processo dramatúrgico.
Mesmo com mercantilização da sua imagem em merchandising, a banalização das suas palavras nas paredes dos edifícios públicos, a venda de colares avulsos na internet, mesmo com as exposições imersivas e todo o marketing mundial à sua volta, atracámos a um lugar singular, transmissor da emotividade singular dos contadores duma história. Essa talvez seja a utopia. Esse condensar de uma vida que é epopeica nas paixões, na liberdade, na rebeldia, na resistência e num apaixonado amor pela arte e pela vida. Mas é também uma força interior saber que não poderíamos retirar o amor que Frida teve a Diego Rivera, nem tão pouco apagar os episódios mais conhecidos da sua vida só porque já foram revelados. Como é igualmente pertinente manter uma visão abrangente sobre uma personalidade tão multifacetada, marcada pelas contradições, tão humanas, em que tantos de nós nos refletimos. Para além da fidelidade dos factos, remetem-nos a um universo mágico e fantástico que exige uma narrativa não linear, determinada unicamente por uma linha cronológica. O fio da navalha constituiu essa linha ténue entre o que se passou e um outro significado do que poderia ter sido. Sem limites de uma autenticidade que, por tão sentimental, não admite uma leitura linear. Afinal, um conceito tão querido de Peter Brook quando afirmou que uma peça deveria ter “a proximidade da realidade e a distância do mito, porque se não há distância, não se é tocado pelo espanto, se não há proximidade não se é posto em movimento.”*
O que sabemos é que as cartas de Frida, a casa, a família e a mulher ao lado da pintora mereciam que este elenco trabalhasse sobre ela, que o público a visse em palco, e que esse palco fosse a peça do
puzzle que falta para uma admiração inacabada.
O livro de Caroline Bernard vai a esse resumo das cartas publicadas por Raquel Tibol, mergulhou em pesquisas preciosas e até nos catálogos da Taschen para criar a base de informação do seu trabalho. E foi dessa viagem da autora alemã e desse romance “Frida e as Cores da Vida” que nasceu a bússola para uma pesquisa intensa e para uma adaptação livre em várias direções.
Não é Frida e Diego. É Frida e Frida, uma duplicidade que a coloca em toda a parte, e só depois Diego, a irmã Cristina, Nick, Alejandro e todos os outros.
José Rui Martins e Nuno Cash
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* Excerto da versão do artigo “Peter Brook voyages to inner space”, do The Times – publicação online de 5 de Março de 1995.
O conceito de Peter Brook
O conceito de Peter Brook está presente no processo interpretativo, consistindo num processo que “é o oposto da construção, tratando-se de desconstruir, de retirar, tijolo após tijolo, tudo o que nos músculos, nas ideias e nas inibições do ator se ergue entre ele e o papel, até que um dia, numa grande corrente de ar, a personagem invade cada um dos seus poros*”. Foi isto que exigiu a reflexão sobre algumas das personagens que povoaram a vida de Frida Kahlo — selecionar entre centenas foi um berbicacho aliciante.
Os intérpretes são os grandes pintores de telas que são teias onde as cores, as perspetivas e os traços firmes ganham a notoriedade da recriação das suas personagens na afinação de um texto que, ao longo dos ensaios, ganhou novas matizes pela sua apropriação. E a encenação reflete o seu contributo criativo incessante e certeiro. Trata-se, afinal, da essência coletiva imprescindível à existência do espetáculo.
Tal como na vida de Frida, este é um entrelaçar engenhoso de uma equipa abrangente de criadores (intérpretes, cenógrafos, músicos, figurinistas, técnicos, produtores…) apostados em revelar as suas paixões pelo teatro feito vida na vida tornada teatro.
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* Peter Brook, “The Shifting Point: Forty Years of Theatrical Exploration”, 1946-87, London, Bloomsbury Publishing, 2017, p. 16.
DOSSIER DE VENDA
O espetáculo "Frida Kahlo, A Filha da Grande Manhã" está disponível para digressão, veja aqui todas as informações o sobre o espetáculo.
Contacto telefónico 232814400