SEX tom de festa DE MAR A MAR | BRASIL + PORTUGAL 31º TOM DE FESTA FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO ACERT Saudades e distâncias e o encanto dos reencontros, num espetáculo especialmente criado para o Festival, em que se juntam músicos do Nordeste do Brasil, portugueses e um moçambicano.
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PASSE GERAL (ASSOCIADO): 15€
PASSE GERAL: 20€
BILHETE DIÁRIO (ASSOCIADO): 7,5€
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TOM DE FESTA 2023 | DIA 14
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DE MAR A MAR | BRASIL + PORTUGAL
“Cancioneiro de Mar a Mar” é um conjunto de canções que evocam um diálogo entre as culturas brasileira e portuguesa, e que fala de saudade e distância, memória e esquecimento. Do Mar do Brasil ao Mar de Portugal, a odisseia marítima espraiada pelo tempo. Em palco, músicos brasileiros, portugueses e um moçambicano associam a poética musical dos cantautores portugueses com as melodias do nordeste brasileiro.
O Grupo de Cantares é composto por músicos do Ceará que, conjuntamente com músicos deste lado do mar, irão criar este espetáculo para o Tom de Festa, explorando o diálogo entre as culturas musicais brasileiras, com narrativas do litoral ao Sertão. Guiado principalmente por uma visitação do cancioneiro popular na música do nordeste brasileiro e as profundas raízes ibéricas em suas falas ancestrais evocadas, ainda, pela sonoridade dos ritmos de baião, côco e ciranda, utilizando instrumentos históricos como a guitarra romântica, instrumentos tradicionais como a rabeca e o pífano, na união com o contrabaixo clássico. A sonoridade do seu repertório foi peça fundamental para que, em conjunto com dois músicos portugueses que integram projetos musicais da ACERT e um percussionista moçambicano, fosse estabelecida também uma ponte experimental de cruzamento de abordagens a temas de cantautores portugueses com músicas de referência de compositores brasileiros, cuja poética incide numa visão sobre realidades portuguesas. Os novos arranjos revelarão uma fusão peculiar entre o pífano e a rabeca nordestina, as percussões africanas e a guitarra portuguesa ou a viola braguesa que irão contribuir para um enlace surpreendente.
Este espetáculo, com estreia nesta edição do Tom de Festa, será apresentado com novo repertório na digressão que o Trigo Limpo teatro ACERT irá realizar em Outubro/Novembro ao Ceará brasileiro com outras duas das suas criações, sendo uma realização que já celebra os 50 Anos do 25 de Abril no Ceará brasileiro.
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Ficha técnica e artística
Aldovino Munguambe (MZ) – Percussões
André Cardoso (PT) – Guitarras
Cláudio Mappa (BR) - Contrabaixo acústico
Evânio Soares (BR) – Rabeca, Pandeiro e Viola Sertaneja
Luciano Brayner (BR) - Voz, pífano e flauta transversal
Luísa Vieira (PT) – Flautas, voz e m’bira
Weber Dos Anjos (BR) – Guitarra Romântica
UMA PONTA DO VÉU DA MÚSICA NORDESTINA DO GRUPO CANTARES
O Beato Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, profetizava no velho arraial de Canudos em meados do século XIX: “o sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão...”. Em pleno Sertão nordestino, o mar enquanto representação do destino se afigura. Entre povos originários, quilombola e imigrantes aventureiros surgia uma cultura e um modo de vida próprios. Repleta de sincretismos, memórias e ressignificações, a cultura sertaneja transborda de banzo, saudades e distâncias. O mar salgado que transportou o lirismo e o romanceiro ibérico encarna a metáfora do tempo que divide o homem, a terra e seu destino.
O lirismo, presente nas modas portuguesas e na modinha brasileira desde Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) constitui a base da temática deste espetáculo, que fala de saudade e distância, memória e esquecimento. Este “Fado Tropical” de que se constitui a cultura brasileira em sua diversidade, apresenta-se na obra do compositor baiano Elomar Figueira Mello, o qual nos apresenta um Sertão profundo, repleto de referências ibéricas e mouras. Elomar evoca as falas antigas dos malungos, as lendas do Sertão e ressignifica o romance de cavalaria na figura do vaqueiro enquanto arquétipo do herói.
A trajetória que compõe o repertório deste espetáculo se inicia no Sertão profundo do Nordeste brasileiro, na aridez da voz do cantador repentista, nos aboios dos vaqueiros, no canto doce e rude das manhãs de trabalho, traduzidos através do sertanejo Elomar Filgueiras. Seguindo para o Sertão do Cariri cearense encontramos referências aos folguedos e festas populares, às personagens do reisado de fitas, ao coco, aos forrós, traduzidos na obra de dois autores da região; uma Ode ao Vale do Cariri. Em seguida temos a tradução de um Sertão visto pelo olhar urbano de Edu Lobo e Capinam, uma releitura dos ponteios de viola dos cantadores nordestinos. Para desaguar, por fim, nas rotas marítimas Luso-brasileiras traçadas pelo cantautor Chico Buarque de Hollanda.