Ai O Judas - 1998

APRESENTADOR: Entretanto, recebemos informação de que já se encontra nos balneários a próxima vedeta. Trata-se de um famoso escriba que tem jogado em vários periódicos, tentando sempre ser o dono da bola. Tem um estilo particular de jogo - olhos no chão sem enfrentar os adversários, usa o corte de carrinho nos lances que lhe interessam, fazendo vista grossa a outros adversários que cometam penaltys descarados. Só joga nos jogos em casa, irritando-se facilmente quando não tem sempre a bola nos pés. É caracterizado por jogar sempre ao lado das equipas que ganham o que lhe tem valido a boa graça de vários seleccionadores.

Convosco, caros espectadores - “Zé Pen- dão”!

(Balona pequena. Palmas. Música de “Ai, o Judas”. Apresentador estende microfone a “Zé Pendão” e este começa a recitar:)

Há muito que sou jornalista Querendo o melhor p’rá cidade exijo uma rede de metro Zoológico e Universidade
Eu cá sou o “Zé Pendão” e com esta alcunha escrevo se toda a verdade não digo é porque, tendo cu, tenho medo.
Se gosto do Salazar é porque ele era um bacana Ditava as leis em Lisboa Passava cá os fins de semana
Quando me ponho a meditar ser Presidente em pessoa vejo a crescer em Tondela prédios altos como em Lisboa.
Vejo grandes embarcações parando nos semáforos do Dinha e um aeroporto a receber os turistas com a malinha.
E quando for perguntado a que se deve a transformação ouço o povo a responder:
Ao nosso Rei “Zé Pendão” (…)

excerto do texto “Ai o Judas”

estreia 11 de Abril de 1998 Escola E, B 2/3 de Tondela

guião e encenação José Rui Martins
cenografia José Tavares
direcção técnica Luís Viegas
elenco Ana Saraiva, Carla Torres, Carlos Silva, Hugo Torres, José Rosa, José Rui, Jorge Oliveira, Luís Carlos Carmo, Melânia Silveira, Miguel Torres, Orlando Henriques, Paulo Leão, Pompeu José, Raquel Costa, Rui Ribeiro
40 alunos de Expressão Dramática da Escola Secundária de Tondela e Escola Profissional de Torredeita, que, após participarem num estágio de preparação integraram, o espectáculo.