QUA co-produção Barca do Inferno Trigo Limpo em co-produção com o ENTREtanto TEATRO
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Barca do Inferno
Na trama original, o Diabo é visitado por vários recém-falecidos — o Fidalgo, o Onzeneiro, o Sapateiro, o Frade, a Alcoviteira, o Judeu, o Corregedor, o Procurador, o Enforcado, e o Parvo — que não querem admissão Barca do Inferno e tentam a entrada na Barca da Glória, a todos recusada menos ao Parvo e aos Cavaleiros mortos na Guerra Santa.
A novidade do espectáculo proposto pelo ENTREtanto TEATRO consiste em transformar o Diabo e o Anjo numa só figura enganosa, e as diferentes figuras humanas que vão buscar o contacto com o juiz sobrenatural em meros disfarces de uma só personagem, que assim procura iludir o fiscal e conseguir a salvação. Com as sucessivas máscaras a personagem humana vai assumindo diferentes pecados e qualidades pessoais, sempre à espera de uma avaliação final positiva, mas é apenas como Parvo que conseguirá a passagem, depois de, afinal, ter feito troça de todo o elenco social, que apenas imitou.
O espaço dramático de “Barca do Inferno” é um lugar perdido na linha de sombra que separa o mundo da eternidade. Ou numa ideia mais moderna, o lugar obscuro da consciência individual onde todos encontramos o nosso anjo e o nosso diabo. A representação convencional acontece num cais com duas barcas – uma ideia medieval inspirada na Lacuna Estigia dos gregos.
A nível dramático-teatral, a acção da peça adquire um novo nervo, uma tensão que nunca conseguiria manter numa montagem arqueológica de “moralidade religiosa”. Resta apenas conhecer as formas. Como se pode exprimir dramaticamente esta dramaturgia? É óbvio tem que se partir das formas populares, por uma elementar lealdade à essência da peça. Os atractivos teatrais multiplicam-se sob o ponto de vista lúdico. O actor protagonista tem que desenvolver a sua capacidade de caracterização e transformação, utilizando ao máximo os seus recursos interpretativos, no verbal, no corporal, no rítmico e no referencial.
O trabalho de encenação e cenografia propõe uma máquina cénica mutante que preenche o espaço cénico. No centro da acção um instrumento cenográfico que, manipulado por um anjo-demónio, adquire variadas formas servindo de cenário para as paixões e medos do ser humano.
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Ficha técnica e artística
Adaptação e Encenação: Pompeu José
Interpretação: Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Frade, Alcoviteira, Judeu, Corregedor, Enforcado e Parvo 1
Junior Sampaio Anjo, Diabo e Parvo 3 Raquel Costa Companheiro do Diabo, Pagem, Florença, Bode, Procurador, Parvo 2 Hugo Sousa
Apoio Literário Fernando Villas Boas
Música Fran Perez
Apoio Vocal Maria Luís França
Cenografia José Tavares e Pompeu José
Figurinos José Rosa
Desenho de Luz Luís Viegas
Preparação Corporal Dulce Azevedo (Yoga) e Pedro Coelho (Tai-Chi) – Central Health Club
Orientação Coreográfica - Esgrima Miguel Andrade Gomes
Execução de Cenários Sílvio Neves (Carpintaria) Rui Ribeiro (Serralharia)
Execução de Figurinos José Rosa e Isabel Ferreira
Execução de Adereços Victor Sotto Mayor
Montagem de Luz e Som Wilma Moutinho e Tiago Catarino
Apoio na Montagem Roberto Cabral (Estagiário EPRAL)
Operação de Luz e Som Tiago Catarino
Fotografia de Cena Carlos Teles
Design Gráfico Francisco Cunha Leão e Mariana Serra – Design Machine
Assessoria de Imprensa Cidália Alves
Produção Executiva Filipa do Carmo, Guida Rolo
Assistência de Produção Sara Costa
Produção ENTREtanto TEATRO Associação Cultural