As Histórias De Hakim

HAKIM – Queres ver? Ora, Senta-te lá. (Taieb vai sentar-se sobre o tapete) escusa de ser no tapete
TAIEB - Mas isto não é um tapete voador.
HAKIM - Mas não é preciso tapete de espécie alguma. Vês algum tapete em minha casa?
TAIEB - Não.
HAKIM - E, no entanto, eu viajo sobre os mares, sobre as cidades, sobre as montanhas.
TAIEB - Mas como é isso?
HAKIM - Utilizando a imaginação.
TAIEB - Eu não tenho imaginação.
HAKIM - Tens. O que é preciso é que aprendas a servir-te dela. Senta-te. (Taieb atira o tapete para um canto e senta-se no chão) O que é que tu queres ver?
TAIEB - (de olhos fechados) Quero ver a cidade de Damasco, com seus palácios e jardins
HAKIM - E não vês tudo isso?
TAIEB - Não.
HAKIM - Faz um esforço.
TAIEB - Espera. Já começo a ver qualquer coisa.

(Esta e as outras visões de Taieb, plenas de fantasia, aparecem no ciclorama)

excerto do texto “Histórias de Hakim”

Estreia: 25 de Julho de 1980
Cine - Tejá, Tondela

Texto: Norberto d’Ávila
Dramaturgia e encenação: colectivas
Cenografia e figurinos: António José Quina
Confecção do guarda-roupa Maria Manuela Conceição Henriques, Cacilda Antunes, Isolinda Hentiques
Carpintaria de cena Eduardo Rodrigues e José Felosa
Contra-regra Lúcia Azevedo
Técnica Luís Carlos Coimbra, Carlos Lima, João de Nandufe, José Felosa e Jorge Manuel Viegas
Elenco: Arriel Pereira Alves, Carla Rebelo, Carla Torres, Carlos Teles, Élio Antunes, Fernando Rei, Jorge Viegas, José Manuel Lemos, José Rui, José Virgílio, Teresa Pereira Alves, Luís Melo, Maria dos Anjos Alves (…)