Processos de escuta na escrita Teatral

O Finta é também tempo de falar sobre teatro, nesta edição juntamos à mesa dois nomes do teatro contemporâneo, Ricardo Correia, da companhia Casa da Esquina e Fernando Giestas da companhia Amarelo Silvestre, a quem se junta João Maria André a moderar esta conversa relativamente informal.

Nesta sessão propõe-se a ouvir e conversar sobre o trabalho de dramaturgia como um trabalho de escuta para a criação teatral.

Seja qual for a modalidade de dramaturgia (escrita original de peças de teatro, adaptação de textos e outros materiais na escrita de uma peça, dramaturgia de cena no seio do coletivo de encenadores, atores e outros intervenientes) a escrita teatral supõe sempre um processo de escuta do mundo e dos outros (escritores ou companheiros de viagem) e um diálogo permanente com as suas tensões, os seus problemas, os seus afetos, conflitos, sonhos e pesadelos. Com o contributo dos convidados, esperamos poder aprofundar as mediações da escuta do mundo, a dinâmica da criação e da construção das personagens, a interação com o trabalho de encenação, a descoberta dos ritmos em que se exprime a ação, a relação da escrita com o espaço cénico e com o corpo e a consciência dos atores e das atrizes e também a modulação das emoções em ações, olhares e movimentos (no papel das didascálias, por exemplo). Aprenderemos mais, com certeza, sobre os processos de escuta na escrita teatral com quem faz dessa escrita parte importante do seu ofício no teatro.