SÁB Comemorações 25 de Abril 25 de Abril Memórias com Futuro Põe um Cravo à janela construído pelas tuas mãos A ACERT presta tributo à cidadã Celeste Caeiro com 44 anos em 1974
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25 de Abril Memórias com Futuro
A ACERT presta tributo à cidadã Celeste Caeiro com 44 anos em 1974
Uma cidadã comum que a 25 de Abril trabalhava num restaurante na Rua Braamcamp em Lisboa.
Uma empregada, a quem fora dado o trabalho de oferecer CRAVOS às senhoras em dia de aniversário do estabelecimento.
Uma mulher que, por o restaurante nesse dia não ter podido abrir pela revolução que se iniciava, levou com ela o braçado de CRAVOS.
Já no Rossio, perguntou a um soldado de um tanque o que se estava a passar:
- Nós vamos para o Carmo para deter o Marcelo Caetano. Isto é uma revolução!, respondeu-lhe o soldado.
Outro, pediu-lhe um cigarro. “Como não tinha e tive pena, dei-lhe um CRAVO”, assim conta ela, sem se ter apercebido que aquele seu gesto perduraria na memória popular.
- Se quiser tome. Um CRAVO oferece-se a qualquer pessoa.
Tudo tão simples.
O soldado recebeu aquela flor e colocou-a no cano da espingarda.
Assim se pode transmitir o valor de um CRAVO que exprimiu a humildade genuína, generosa e fraterna de uma cidadã. Em nós, também o faz reflorescer num hoje com muitos futuros.
O CRAVO na ponta da espingarda ombreia em significado com a pomba da paz de Picasso. Se esta tem um ramo de oliveira no bico, demonstrando o desejo de paz na II Guerra Mundial, também o nosso CRAVO no cano de uma espingarda dos militares de Abril, anunciou a paixão coletiva para construir em liberdade um país sem algemas e obscurantismo.
É um CRAVO de memórias intemporais que passou a ser também pertença dos povos que lutam contra a tirania.
É um CRAVO que, em cada dia e em cada momento da vida de um povo e dum país, manifesta o valor da unidade para atingir o que parece impossível.
É um CRAVO que num momento de pandemia global readquire um simbolismo agregador para anunciar etapas mais encorajadoras e sonhos para as nossas vidas em comum.
Por isso, neste 25 de Abril de 2020, devolvamos a nossa gratidão às Celestes Caeiros deste país e construamos, com as nossas mãos com os materiais da nossa eleição, o nosso CRAVO.
Coloquemo-lo à nossa janela como um gesto anónimo e genuíno como aquele que teve Celeste Caeiro em Abril de 74.
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