Karyna gomes

Karyna Gomes estreou-se a solo com o disco Mindjer, de 2014, uma homenagem às mulheres guineenses e à sua luta pela liberdade e por melhores condições de vida. Jornalista de formação, a cantora começou a cantar em público num coro gospel de São Paulo, cidade onde viveu e estudou. No regresso à Guiné Bissau, depois da guerra civil que se instalou no país em 1998, dividiu-se entre o jornalismo e a música, tendo integrado o famoso grupo Super Mama Djombo numa das suas formações mais recentes. No disco de estreia reúnem-se temas onde a música tradicional da Guiné e a nova música urbana se misturam sem preocupações com fronteiras ou regras. Os instrumentos tradicionais e o crioulo cantado por Karyna Gomes assinalam a raiz popular da música guineense (e, de certo modo, também da música de Cabo Verde, país de origem da mãe da cantora), mas juntam-se aos instrumentos elétricos e às influências da soul, do jazz e do rhythm'n'blues na construção de um disco que sabe ser um eco presente da música que se ouve nas artérias urbanas da Guiné Bissau e que bem podia ouvir-se em qualquer parte do mundo. A voz calorosa de Karyna Gomes, capaz de afirmar ritmos acelerados como de vogar por melodias intimistas, já era reconhecida por quem acompanhava de perto a cena musical guineense; agora, com Mindjer e os concertos que se vão anunciando, promete ser referência musical incontornável para quem não quer deixar escapar o melhor que se faz nesta aldeia de pontes e ligações infindáveis a que chamamos mundo.

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