Ermelinda do Rio ecoa a história de muitas pessoas que viveram as cheias do Tejo, mas ecoa também uma parte da sua própria história. Como foi trabalhar, na encenação e na interpretação, a partir de uma narrativa que faz parte das suas memórias pessoais?

Foi mais um projeto. Desta vez, mais perto de uma coisa concreta.
Da minha história. Desta vez, falei de coisas que conheço bem. Descobri, mesmo assim, muitas outras.

Que importância assume o teatro na relação entre a memória e a(s) comunidade(s)?

O teatro está sempre perto da memória e da comunidade. É, em grande parte, isso o teatro, a memória e a comunidade.


Saiu de Lisboa para Ponte de Sor para criar uma companhia, o Teatro da Terra. Houve uma motivação cultural e política para essa mudança de lugar?

“Ainda bem que me faz essa pergunta”... Existe sempre uma motivação social e política para o meu trabalho. É inevitável. É assim! Estou bastante triste hoje, enquanto lhe respondo a estas perguntas, triste por tudo estar tão longe do que imaginei e contínuo a imaginar e a acreditar ser possível. Sofremos um corte no nosso orçamento, oh! Pá!, apesar de tudo o que fizemos! Porra! O que é que querem mais? Porra! É preciso falar.
Discutir ideias, e não criar um mar onde todos estão uns contra os outros e onde não se consegue navegar. Solidariedade com todos os agentes culturais vitimas desta política!